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Projeto "Contos de Fadas"

PROJETO: CONTOS DE FADAS


JUSTIFICATIVA:


Trabalhando com os contos de fadas, os alunos constroem ereconstroem significados para as histórias e desenvolvem o prazerda leitura.


OBJETIVOS:


Este projeto tem por objetivos: habilitar o alno para conhecer e compreender contos de fadas; desenvolver no aluno a habilidade de produzir textos; incentivar o trabalho em equipe; estimular a criatividade; promover o hábito de leitura. Área do conhecimento envolvida Língua Portuguesa.


SÉRIE A QUE SE DESTINA:


1ª séries.


CONTOS SUGERIDOS:


João e Maria As doze princesas Cinderela O gato de botas Branca de Neve A Pequena Sereia A princesa e a ervilha Rapunzel A bela e a fera

Cinderela


Adaptado do conto dos Irmãos Grimm

Era uma vez um homem cuja primeira esposatinha morrido, e que tinha casado novamente com uma mulher muitoarrogante. Ela tinha duas filhas que se parecia em tudo com ela. O homem tinha uma filha de seu primeiro casamento. Era uma moçameiga e bondosa, muito parecida com a mãe. A nova esposa mandava a jovem fazer os serviços mais sujos dacasa e dormir no sótão, enquanto as “irmãs” dormiam emquartos com chão encerado. Quando o serviço da casa estava terminado, a pobre moçasentava-se junto à lareira, e sua roupa ficava suja de cinzas. Poresse motivo, as malvadas irmãs zombavam dela. Embora Cinderelativesse que vestir roupas velhas, era ainda cem vezes mais bonitaque as irmãs, com seus vestidos esplêndidos. O rei mandou organizar um baile para que seu filho escolhesse umajovem para se casar, e mandou convites para todas as pessoasimportantes do reino. As duas irmãs ficaram contentes e sópensavam na festa. Cinderela ajudava. Ela até lhes deu os melhoresconselhos que podia e se ofereceu para arrumá-las para o evento. As irmãs zombavam de Cinderela, e diziam que ela nunca poderia irao baile. Finalmente o grande dia chegou. A pobre Cinderela viu a madrastae as irmãs saírem numa carruagem em direção ao palácio, em seguidasentou-se perto da lareira e começou a chorar. Apareceu diante dela uma fada, que disse ser sua fada madrinha, eao ver Cinderela chorando, perguntou: “Você gostaria de irao baile, não é?” “Sim”, suspirou Cinderela. “Bem, eu posso fazer com que você vá ao baile”, dissea fada madrinha. Ela deu umas instruções esquisitas à moça: “Vá ao jardim etraga-me uma abóbora.” Cinderela trouxe e a fada madrinhaesvaziou a abóbora até ficar só a casca. Tocou-a com a varinhamágica e a abóbora se transformou numa linda carruagem dourada!Em seguida a fada madrinha transformou seis camundongos em cavalos lindos, tocando-os com sua varinha mágica. Escolheu tambémuma rato que tivesse o bigode mais fino para ser o cocheiro mais bonito do mundo. Então ela disse a Cinderela, “Olhe atrás do regador. Você encontrará seis lagartos ali. Traga-os aqui.”Cinderela nem bem acabou de trazê-los e a fada madrinhatransformou-os em lacaios. Eles subiram atrás da carruagem, comseus uniformes de gala, e ficaram ali como se nunca tivessem feitooutra coisa na vida. Quanto a Cinderela, bastou um toque da varinha mágica paratransformar os farrapos que usava num vestido de ouro e prata, bordado com pedras preciosas. Finalmente, a fada madrinha lhe deuum par de sapatinhos de cristal. Toda arrumada, Cinderela entrou na carruagem. A fada madrinhaavisou que deveria estar de volta à meia-noite, pois o encantoterminaria ao bater do último toque da meia-noite. O filho do rei pensou que Cinderela fosse uma princesadesconhecida e apressou-se a ir dar-lhe as boas vindas. Ajudou-adescer da carruagem e levou-a ao salão de baile. Todos pararam eficaram admirando aquela moça que acabara de chegar. O príncipe estava encantado, e dançou todas as músicas comCinderela. Ela estava tão absorvida com ele, que se esqueceucompletamente do aviso da fada madrinha. Então, o relógio dopalácio começou a bater doze horas. A moça se lembrou do aviso dafada e, num salto, pôs-se de pé e correu para o jardim. O príncipe foi atrás, mas não conseguiu alcançá-la. No entanto, napressa ela deixou cair um dos seus elegantes sapatinhos decristal. Cinderela chegou a casa exausta, sem carruagem ou os lacaios evestindo sua roupa velha e rasgada. Nada tinha restado do seuesplendor, a não ser o outro sapatinho de Cristal. Mais tarde, quando as irmãs chegaram a casa, Cinderelaperguntou-lhes se tinham se divertido. As irmãs, que não tinhampercebido que a princesa desconhecida era Cinderela, contaram tudosobre a festa, e como o príncipe pegara o sapatinho que tinhacaído e passou o resto da noite olhando fixamente para ele, definitivamente apaixonado pela linda desconhecida. As irmãs tinham contado a verdade, pois alguns dias depois ofilho do rei anunciou publicamente que se casaria com a moça emcujo pé o sapatinho servisse perfeitamente. Embora todas as princesas, duquesas e todo resto das damas dacorte tivessem experimentado o sapatinho, ele não serviu emnenhuma delas. Um mensageiro chegou à casa de Cinderela trazendo o sapatinho. Ele deveria calçá-lo em todas as moças da casa. As duas tentaramde todas as formas calçá-lo, em vão. Então, Cinderela sorriu e disse, “Eu gostaria deexperimentar o sapatinho para ver se me serve!”As irmãs riram e caçoaram dela, mas o mensageiro tinha recebidoordens para deixar todas as moças do reino experimentarem osapatinho. Então, fez Cinderela sentar-se e, para surpresa detodos os sapatinhos serviram-lhe perfeitamente!As duas irmãs ficaram espantadas, mas ainda mais espantadasquando Cinderela tirou o outro sapatinho de cristal do bolso ecalçou no outro pé. Nesse momento, surgiu a fada madrinha, que tocou a roupa deCinderela com a varinha mágica. Imediatamente os farrapos setransformaram num vestido ainda mais bonito do que aquele quehavia usado antes. A madrasta e suas filhas reconheceram a linda“princesa” do baile, e caíram de joelhos implorandoseu perdão, por todo sofrimento que lhe tinham causado.Cinderela abraçou-as e disse-lhes que perdoava de todo o coração.Em seguida, no seu vestido esplêndido, ela foi levada à presençado príncipe, que aguardava ansioso sua amada.Alguns dias mais tarde, casaram-se e viveram felizes parasempre.


João e Maria


Da tradição oral

Às margens de uma floresta existia, há muitotempo, uma cabana pobre feita de troncos de árvores, onde moravamum lenhador, sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos doprimeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria. Na casa do lenhador, a vida sempre fora difícil, mas, naquelaépoca, as coisas pioraram: não havia pão para todos. — Mulher, o que será de nós? Acabaremos morrendo de fome. Eas crianças serão as primeiras. — Há uma solução... – disse a madrasta, que eramuito malvada – amanhã daremos a João e Maria um pedaço depão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos. O lenhador não queria nem ouvir um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo. No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, eMaria desatou a chorar. — E agora, João? Sozinhos na mata vão nos perder emorrer. — Não chore — tranqüilizou o irmão. — Tenhouma idéia. Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou umpunhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da Lua e asescondeu no bolso. Depois voltou para a cama. No dia seguinte, aoamanhecer, a madrasta acordou as crianças. — Vamos cortar lenha na mata. Este pão é para vocês. Partiram os quatro. O lenhador e a mulher na frente, as criançasatrás. A cada dez passos, João deixava cair no chão uma pedrinhabranca, sem que ninguém percebesse. Quando chegaram bem no meio damata, a madrasta disse: -— João e Maria descansem enquanto nós vamos rachar lenhapara a lareira. Mais tarde passaremos para pegar vocês. Os dois irmãos, após longa espera, comeram o pão e, cansados efracos, adormeceram. Acordaram à noite, e nem sinal dos pais. — Estamos perdidos! Nunca mais encontraremos o caminho decasa! — soluçou Maria. — Quando a Lua aparecer no céu acharemos o caminho de casa— consolou-a o irmão.Quando a Lua apareceu, as pedrinhas que João tinha deixado cairpelo atalho começaram a brilhar, e, seguindo-as, os irmãosconseguiram voltar à cabana.Ao vê-los, os pais ficaram espantados. O lenhador, em seu íntimo, estava contente, mas a mulher não. Assim que foram deitar, disseque precisavam tentar novamente, com o mesmo plano. João, que tudoescutara, quis sair à procura de outras pedrinhas, mas não pôde, pois a madrasta trancara a porta. Maria estava desesperada. — Como poderemos nos salvar desta vez?— Daremos um jeito, você vai ver. Na madrugada do dia seguinte, a madrasta acordou as crianças eforam novamente para a mata. Enquanto caminhavam, Joãozinhoesfarelou todo o seu pão e o da irmã, fazendo uma trilha. Destavezes afastaram-se ainda mais de casa e, chegando a uma clareira, ospais deixaram as crianças com a desculpa de cortar lenha, abandonando-as. João e Maria adormeceram famintos e cansados. Quando acordaram, estava muito escuro, e Maria desatou a chorar. Mas desta vez não conseguiram encontrar o caminho: os pássaroshaviam comido todas as migalhas. Andaram a noite toda e o diaseguinte inteirinho, sem conseguir sair daquela floresta, eestavam com muita fome. De repente, vira uma casinha muitomimosa. Aproximaram-se, curiosos, e viram encantados, que otelhado era feito de chocolate, as paredes de bolo e as janelas dejujuba. — Viva!— gritou João. E correu para morder uma parte do telhado, enquanto Mariazinhaenchia a boca de bolo, rindo. Ouviu-se então uma vozinha aguda, gritando no interior da casinha: — Quem está o teto mordiscando e as paredes roendo?
As crianças, pensando que a voz era de uma menina de sua idade, responderam: - É o Saci-pererê que está zombando de você!Subitamente, abriu-se a porta da casinha e saiu uma velha muitofeia, mancando, apoiada em uma muleta. João e Maria se assustaram,mas a velha sorriu, mostrando a boca desdentada. — Não tenham medo, crianças. Vejo que têm fome, a pontode quase destruir a casa. Entrem, vou preparar uma jantinha. O jantar foi delicioso, e a velha senhora ajeitou gostosascaminhas macias para João e Maria, que adormeceram felizes. Nãosabiam, os coitadinhos, que a velha era uma bruxa que comiacrianças e, para atraí-las, tinha construído uma casinha de doces. Agora ela esfregava as mãos, satisfeita. — Estão em meu poder, não podem me escapar. Porém estão umpouco magros. É preciso fazer alguma coisa. Na manhã seguinte, enquanto ainda estavam dormindo, a bruxaagarrou João e o prendeu em um porão escuro, depois, com umasacudida, acordou Maria. — De pé, preguiçosa! Vá tirar água do poço, acenda o fogoe apronte uma boa refeição para seu irmão. Ele está fechado noporão e tem de engordar bastante. Quando chegar no ponto voucomê-lo.Mariazinha chorou e se desesperou, mas foi obrigada a obedecer.Cada dia cozinhava para o irmão os melhores quitutes. E também, acada manhã, a bruxa ia ao porão e, por ter vista fraca e nãoenxergar bem, mandava: — João, dê-me seu dedo, quero sentir se já engordou!Mas o esperto João, em vez de um dedo, estendia-lhe um ossinho defrango. A bruxa zangava-se, pois apesar do que comia, o molequeestava cada vez mais magro! Um dia perdeu a paciência. — Maria, amanhã acenda o fogo logo cedo e coloque águapara ferver. Magro ou gordo pretendo comer seu irmão. Venhoesperando isso há muito tempo!A menina chorou, suplicou, implorou, em vão. A bruxa seaborrecera de tanto esperar. Na manhã seguinte, Maria tratou de colocar no fogo o caldeirãocheio de água, enquanto a bruxa estava ocupada em acender o fornopara assar o pão. Na verdade ela queria assar a pobre Mariazinha, e do João faria cozido. Quando o forno estava bem quente, a bruxa disse à menina:— Entre ali e veja se a temperatura está boa para assarpão.Mas Maria, que desconfiava sempre da bruxa, não caiu naarmadilha.— Como se entra no forno? — perguntou ingenuamente. — Você é mesmo uma boba! Olhe para mim! — e enfioua cabeça dentro do forno. Maria empurrou a bruxa para dentro do forno e fechou a portinholacom a corrente. A malvada queimou até o último osso. A menina correu para o porão e libertou o irmão. Abraçaram-se, chorando lágrimas de alegria; depois, nada mais tendo a temer, exploraram a casa da bruxa. E quantas coisas acharam! Cofres emais cofres cheios de pedras preciosas, de pérolas... Encheram os bolsos de pérolas. Maria fez uma trouxinha com seuaventalzinho, e a encheu com diamantes, rubis e esmeraldas. Deixaram a casa da feiticeira e avançaram pela mata.Andaram muito. Depois de algum tempo, chegaram a uma clareira, eperceberam que conheciam aquele lugar. Certa vez tinham apanhadolenha ali, de outra vez tinham ido colher mel naquelas árvores... Finalmente, avistaram a cabana de seu pai. Começaram a corrernaquela direção, escancararam a porta e caíram nos braços dolenhador que, assustado, não sabia se ria ou chorava. Quantos remorsos o tinham atormentado desde que abandonara osfilhos na mata! Quantos sonhos horríveis tinham perturbado suasnoites! Cada porção de pão que comia ficava atravessada nagarganta. Única sorte, a madrasta ruim, que o obrigara a livrar-sedos filhos, já tinha morrido. João esvaziou os bolsos, retirando as pérolas que havia guardado; Maria desamarrou o aventalzinho e deixou cair ao chão a chuva depedras preciosas. Agora, já não precisariam temer nem miséria nemcarestia. E assim, desde aquele dia o lenhador e seus filhosviveram na fartura, sem mais nenhuma preocupação.

O Gato de Botas


Adaptado do conto de Charles Perrault

Um moleiro, que tinha três filhos, repartindo à hora da morteseus únicos bens, deu ao primogênito o moinho; ao segundo, o seuburro; e ao mais moço apenas um gato. Este último ficou muitodescontente com a parte que lhe coube da herança, mas o gato lhedisse: - Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e,em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ouum asno.Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou asbotas e, pondo o saco às costas, encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira. Quando ali chegou, abriu o saco, meteu-lheuma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto. Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijoe dirigiu-se para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei, dizendo-lhe: — Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lheentregasse este coelho. Guisado com cebolinhas será um pratodelicioso. — Coelho?! — exclamou o rei. — Que bom! Gostomuito de coelho, mas o meu cozinheiro não consegue nunca apanharnenhum. Dize ao teu amo que eu lhe mando os meus mais sincerosagradecimentos. No dia seguinte, o gatinho apanhou duas perdizes e levou-as aorei como presente do marquês de Carabás. O rei ficou tão contenteque mandou logo preparar a sua carruagem e, acompanhado pelaprincesa, sua filha, dirigiu-se para a casa do nobre súdito quelhe tinha enviado tão preciosas lembranças. O gato foi logo ter com o amo:— Vem já comigo, que te vou indicar um lugar, no rio, ondepoderás tomar um bom banho.
O gato conduziu-o a um ponto por onde devia passar a carruagemreal, disse-lhe que se despisse, que escondesse a roupa debaixo deuma pedra e se lançasse à água. Acabava o moço de desaparecer norio quando chegou o rei e a princesa. — Socorro! Socorro! — gritou o bichano. — Que aconteceu? — perguntou o rei. — Os ladrões roubaram a roupa do nobre marquês de Carabás!— disse o gato. — Meu amo está dentro da água esentirá câimbras. O rei mandou imediatamente uns servos ao palácio; voltaram daí apouco com um magnífico vestuário feito para o próprio rei, quandojovem.O dono do gato vestiu-o e ficou tão bonito que a princesa, assimque o viu, dele se enamorou. O rei também ficou encantado emurmurou: — Eu era exatamente assim, nos meus tempos de moço.O gato estava radiante com o êxito do seu plano; e, correndo àfrente da carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores:— O rei está chegando; se não lhes disserem que todos estescampos pertencem ao marquês de Carabás, faço-os triturar comocarne para almôndegas.De forma que, quando o rei perguntou de quem eram aquelas searas,os lavradores responderam-lhe:— Do muito nobre marquês de Carabás.— Com a breca! — disse o rei ao filho mais novo domoleiro. — Que lindas propriedades têm tu!O moço sorriu perturbado, e o rei murmurou ao ouvido da filha: — Eu também era assim, nos meus tempos de moço.Mais adiante, o gato encontrou uns camponeses ceifando trigo elhes fez a mesma ameaça:— Se não disserem que todo este trigo pertence ao marquêsde Carabás, faço picadinho de vocês.Assim, quando chegou a carruagem real e o rei perguntou de quemera todo aquele trigo, responderam:— Do mui nobre marquês de Carabás.O rei ficou muito entusiasmado e disse ao moço:— Ó marquês! Tens muitas propriedades!O gato continuava a correr à frente da carruagem; atravessando umespesso bosque, chegou à porta de um magnífico palácio, no qualvivia um ogro que era o verdadeiro dono dos campos semeados. Ogatinho bateu à porta e disse ao ogro que a abriu: — Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias ateu respeito. Dize-me lá: é certo que te podes transformar no quequiseres?— Certíssimo — respondeu o ogro, e transformou-se numleão.— Isso não vale nada — disse o gatinho. - Qualquer umpode inchar e aparecer maior do que realmente é. Toda a arte estáem se tornar menor. Poderias, por exemplo, transformar-te em rato?— É fácil — respondeu o ogro, e transformou-se numrato.O gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrira porta, pois naquele momento chegava a carruagem real. E disse: — Bem vindo seja, senhor, ao palácio do marquês de Carabás.— Olá! — disse o rei — que formoso palácio temtu! Peço-te a fineza de ajudar a princesa a descer da carruagem. O rapaz, timidamente, ofereceu o braço à princesa e o reimurmurou-lhe ao ouvido: — Eu também era assim tímido, nos meus tempos de moço.Entretanto, o gatinho meteu-se na cozinha e mandou preparar umesplêndido almoço, pondo na mesa os melhores vinhos que havia naadega; e quando o rei, a princesa e o amo entraram na sala dejantar e se sentaram à mesa, tudo estava pronto.Depois do magnífico almoço, o rei voltou-se para o rapaz edisse-lhe:— Jovem, és tão tímido como eu era nos meus tempos de moço.Mas percebo que gostas muito da princesa, assim como ela gosta deti. Por que não a pedes em casamento?Então, o moço pediu a mão da princesa, e o casamento foicelebrado com a maior pompa. O gato assistiu, calçando um novo parde botas com cordões encarnados e bordados a ouro e preciososdiamantes. E daí em diante, passou a viver muito felizes. E se o gato àsvezes ainda se metia a correr atrás dos ratos, era apenas pordivertimento; porque absolutamente não mais precisava de ratospara matar a fome...


Rapunzel


Adaptado do conto dos Irmãos Grimm

Era uma vez um lenhador que vivia feliz comsua esposa. Os dois estavam muito contentes porque a mulher estavagrávida do primeiro filho do casal. Ao lado da casa do lenhador morava um bruxa muito egoísta. Ela nunca dava nada para ninguém. O quintal de sua casa era enormee tinha um pomar e uma horta cheios de frutas e legumes saborosos, mas a bruxa construiu um muro bem alto cercando seu quintal, paraninguém ver o que tinha lá dentro!Na casa do lenhador havia uma janela que se abria para olado da casa da bruxa, e sua esposa ficava horas ali olhando paraos rabanetes da horta, cheia de vontade... Um dia a mulher ficou doente. Não conseguia comer nada queseu marido lhe preparava. Só pensava nos rabanetes... O lenhador ficou preocupado com a doença de sua mulher eresolveu ir buscar os rabanetes para a esposa. Esperou anoitecer, pulou o muro do quintal da bruxa e pegou um punhado deles. Os rabanetes estavam tão apetitosos que a mulher quis comermais. O homem teve que voltar várias noites ao quintal da bruxapois, graças aos rabanetes, a mulher estava quase curada. Uma noite, enquanto o lenhador colhia os rabanetes, a velhabruxa surgiu diante dele cercada por seus corvos. — Olhem só! — disse a velhota — Agora sabemos quem está roubando meus rabanetes!O homem tentou se explicar, mas a bruxa já sabia de tudo eexigiu em troca dos rabanetes a criança que ia nascer. O pobre lenhador ficou tão apavorado que não conseguiu dizer nãopara a bruxa.Pouco tempo depois, nasceu uma linda menina. O lenhador esua mulher estavam muito felizes e cuidavam da criança com todo ocarinho. Mas a bruxa veio buscar a menina. Os pais choraram eimploraram para ficar com a criança, mas não adiantou. A malvada alevou e lhe deu o nome de Rapunzel. Passaram-se os anos. Rapunzel cresceu e ficou muito linda. Abruxa penteava seus longos cabelos em duas traças, e pensava: “Rapunzel está cada vez mais bonita! Vou prendê-la numatorre da floresta, sem porta e com apenas uma janela, bem alta,para que ninguém a roube de mim, e usarei suas tranças comoescada.”E assim aconteceu. Rapunzel, presa na torre, passava os diastrançando o cabelo e cantando com seus amigos passarinhos. Todas as vezes que a bruxa queria visitá-la ia até a torre egritava: — Rapunzel! Jogue-me suas tranças!A menina jogava as tranças e a bruxa as usava para escalar atorre. Um dia passou por ali um príncipe que ouviu Rapunzelcantarolando algumas canções. Ele ficou muito curioso para saberde quem era aquela linda voz. Caminhou o redor da torre epercebeu que não tinha nenhuma entrada, e que a pessoa que cantavaestava presa. O príncipe ouviu um barulho e se escondeu, mas pôde ver avelha bruxa gritando sob a janela: — Rapunzel! Jogue-me suas tranças!O príncipe, então, descobriu o segredo. Na noite seguintefoi até a torre e imitou a voz da bruxa: — Rapunzel! Jogue-me suas tranças!Rapunzel obedeceu ao chamado, mas assustou-se ao ver opríncipe entrar pela janela. — Oh! Quem é você? — perguntou Rapunzel. O príncipe contou o que acontecera e declarou seu amor porRapunzel. Ela aceitou se encontrar com ele, mas pediu que osencontros fossem às escondidas, pois a bruxa era muito ciumenta. Os dois passaram a se ver todos os dias, até que Rapunzel, muito distraída, disse um dia para a bruxa: — Puxa, a senhora é bem mais pesada que o príncipe!A bruxa descobriu os encontros da menina com o príncipe ecortou suas tranças. Chamou seus corvos e ordenou que levassemRapunzel para o deserto para que ela vivesse sozinha. O príncipe, que não sabia de nada, foi visitar Rapunzel. Abruxa segurou as tranças da menina e as jogou para baixo. Quandoele chegou na janela, a bruxa o recebeu com uma risada macabra elargou as tranças. Ele despencou, caindo sobre uma roseira. Osespinhos furaram seus olhos, e ele ficou cego. Mesmo assim, o príncipe foi procurar sua amada Rapunzel, tateando e gritando seu nome. Andou por dias, até chegar ao deserto. Rapunzel ouviu opríncipe chamar por ela e correu ao seu encontro. Quando descobriuque o príncipe estava cego começou a chorar. Duas lágrimas caíramdentro dos olhos do rapaz e ele voltou a enxergar!Assim, os dois jovens foram para o palácio do príncipe, secasaram e viveram felizes. Os pais de Rapunzel foram morar nopalácio e a bruxa egoísta ficou com tanta raiva que se trancou natorre e nunca mais saiu de lá.

1 comentários:

Anônimo disse...

adorei e lindo todas as historias